terça-feira, 9 de junho de 2015

Vai fazer o quê em Buenos Aires?

Se eu ganhasse um pesito toda vez que alguém me pergunta isso - e estou falando de algo que começou semanas antes de eu sair do Brasil e que segue até os dias de hoje - já dava para comprar umas duas pizzas da Ugi's. Na última eu respondi que vim para comer empanadas e tomar vinho.
Essa questão é claramente uma das razões que fazem com que grande parte dos brasileiros que sonham em passar um período no exterior nem se empenhe em tornar o desejo realidade.
Porque todo mundo precisa de uma boa razão para fazer as malas e ir embora, e a simples vontade de ir parece não ser suficiente.
Pois pra mim foi. Eu vim porque estava com vontade. Sim, eu vou fazer um curso por aqui, e sim, também já comecei a trabalhar part time na minha área - o que até a mim surpreende, confesso -, mas eu não estou aqui especificamente para nada disso. Havia muito tempo que eu estava querendo mudar de ares, então esperei me entendiar por completo em todos os setores da minha vida enquanto trabalhava feito uma moura e economizava até no papel higiênico para juntar dinheiro o bastante para poder partir tranquila. Escolhi Buenos Aires pela facilidade, pela beleza, pela cultura, pelas possibilidades, pela proximidade, pelo idioma - que eu acho incrível e queria muito aprender decentemente - e porque posso me tornar uma cidadã argentina sem muita dificuldade e ficar o tempo que bem entender.
Não foi difícil decidir, não foi difícil contar para as pessoas próximas o que eu planejava, e essas mesmas - que são as mais importantes - nunca questionaram que raio eu estava fazendo. Tampouco precisei de coragem, porque foi tudo assustadoramente natural: era exatamente o que eu tinha que fazer e o momento certo era exatamente aquele. Tirando o drama da partida e dos dois primeiros dias aqui, que chegaram a me colocar em dúvida, tudo está se saindo muito melhor do que o esperado, mas isso eu atribuo à sorte, que desde sempre eu tive muita.
Por isso ninguém me convence do contrário: a única coisa que alguém precisa para ir embora é vontade. O resto é justamente o tamanho da vontade que vai definir.

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