terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Quando um skate me derrubou

Eu tinha a intenção de escrever com mais frequência neste lugar, era uma promessa de ano novo - que não estava na lista, agora me dei conta - mas o que se pode fazer contra a força da natureza, não é mesmo? Tudo começou com um ombro quebrado seguido das minhas não tão sonhadas férias no Brasil e sua consequente distância saudável de dispositivos online.
Era uma tarde de domingo quando eu e Javi tivemos a brilhante idea de seguir com minha prática no skate, iniciada com sucesso uns meses antes. Passamos pelo Starbucks, comemos muffin com frapuccino e logo na saída já comecei a patear pela calçada. Seguimos em busca de um lugar melhor para fazer de pista e nem bem tinha começado minhas práticas na avenida del Libertador, já cheia de confiança de que havia nascido para isso, e cataploft. Caí em cima do meu braço direito. Uma dor impronunciável tomou conta de meu ser, levantei, sentamos em um murinho por alguns minutos, mas a dor não passava. Tive a impressão de que havia quebrado o braço, mas conseguia mover o cotovelo sem muita dificuldade, apesar da dor. Voltamos pra casa, eu segurando meu braço, e aí decidimos que era melhor ir ao plantão.
Por sorte tem uma clínica do meu plano de saúde a três quadras de casa. Fui, fizeram um raio x e o médico disse que eu havia fraturado o úmero. “Uma fratura mínima”, disse, para em seguida completar “vai ter que ficar quatro semanas de tipoia”. Como assim de tipoia quatro semanas, doutor? Eu entro em férias daqui a uma semana. Ele deu de ombros.
Voltamos apra casa, avisei minha chefe por whatsapp e tive uma das semanas mais agoniantes da minha vida. Não podia me vestir sozinha, não podia tomar banho sozinha, não podia cozinhar, não podia amarrar o cabelo nem os saptos, o calor daquela tipoia era insuportável, me doía tudo, e tive que dar à minha mão esquerda um trabalho que ela nunca teve, e que por tanto não sabia fazer muito bem.
Já a segunda semana foi menos pior. De férias em Balneário Camboriú, deixei de tomar os remédios para dor e comecei a tirar a tipoia em alguns momentos e perceber que já podia fazer algumas coisas com a mão direita, como cortar a comida no prato. Victory.
Pude levar o boy ao mar, a comer açaí, churros, pizza de sorvete, a subir no topo do morro e a tomar caipirinha e água de coco sem grandes complicações.
Como o médico que visitei um dia depois da queda tinha me dito que na verdade só necessitaria de três semanas de tipoia, a perspectiva já ia melhorando no início da terceira semana e eu já podia fazer quase tudo, consequentemente reduzindo o uso desse monstrengo.
Ontem voltei ao trabalho (aqui são só duas semanas de férias, sejam agradecidos), mas não sem antes visitar meu traumatólogo com um novo raio x em mãos. Este me disse para fazer o que eu já estava fazendo em segredo: deixar de usar a tipoia em casa e recorrer a ela apenas em “situações de maior risco”. Como não faço nada de risco, decidi que podia deixar de usá-la finalmente. Não estou certa?
Hoje estou há 23 dias fraturada e tenho, além de uma hematoma no cotovelo (?), apenas algumas limitações que o doutor disse que devem passar em duas semanas. Victory.

PS. Na semana em que estive em casa convalescente, chorando de dor e ódio, andei buscando por relatos como o que fiz acima e não encontrei. Agora pronto, a internet já tem um depoimento de uma (não tão) jovem que fraturou o úmero proximal direito.  

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