quinta-feira, 15 de março de 2018

O dia em que não comi shawarma

Saí de casa com 160 pesos e o Javi com 250. Era só para comer um shawarma e tomar algo depois da leitura de contos de Hernán Casciari no La Tangente. Estamos vivendo em regime de austeridade por motivos de férias e do aniversário pitoresco do Javi, portanto só fomos porque ganhamos as entradas de presente e nem a pau comeríamos ali.
Não lembro se já tinha ido antes a uma leitura de contos, provavelmente não, porque “leitura de contos” soa como algo que me vai dar muito sono e vontade de me enforcar. Mas eu tinha escutado umas leituras do Casciari no Youtube e elas definitivamente não me provocaram nenhum dos dois. Sem falar que todos os nossos amigos diziam que ele é um gênio, foi daí inclusive que surgiram as entradas.
Enquanto a gente tava na fila esperando o lugar abrir as portas, eu ficava olhando para a tendinha de shawarma do outro lado da rua, salivando e desejando que aquilo acabasse rápido pra eu poder me esbaldar naquela maravilha da cocina callejera. Mas quando finalmente entramos e o gordo apareceu no palco com seus contos, meio que esqueci a fome e a vontade de comer.
Foi triste quando terminou, se não fosse a cadeira desconfortável eu juro que ficaria ali mais uma hora ou duas. Ele então finalizou dizendo que tinha trazido uns livros pra quem quisesse comprar e que em uns minutos estaria ali no fundo assinando e tirando fotos. Juntamos o dinheiro do shawarma e entre dois compramos o mais recente. Casciari assinou (dedicando 53% do livro a mim), tiramos uma foto horrorosa e fomos pra casa comer sanduíche, mais felizes que nunca debaixo de uma chuva torrencial.

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